sexta-feira, 24 de junho de 2011

Não me olha assim (que passado é questão de ponto de vista)

Eu desci do salto do meu orgulho pra olhar nos teus olhos. Desce do teu também? Não precisa ser assim. Eu sei que você também sente falta. Eu sei que se lembra de nós. 


Eu acho que desvendei aquele olho brilhante que me tirou a alegria, o sono, a calma, a vontade de te odiar. Cadê aquele espelho do meu eu que eu tanto amei? Escondeu-se novamente nos murros de pedra-sabão?

Não adianta: eu conheço todos os teus segredos, medos, vontades e esconderijos. Ignorar o passado não faz curar a ferida. É preciso bater de frente ao murro e ir até onde você puder dizer: acabou. 

Eu ainda tinha uma lágrima - somente uma - nos olhos por você. Ela se foi.
Isso é um adeus ou um novo horizonte?

Faz valer aquela música 
e deixa o caramelo acabar na boca de uma dama louca.
Dissolver nós dois em algo novo. 

sábado, 18 de junho de 2011

Sobre corações e correntes e como é bom estar de volta

Meu coração, levo preso numa corrente ao pescoço que é pra ele não causa mais tanto dano. Uma pena que assim, exposto e vulnerável, seja mais fácil roubá-lo. Porque, veja bem: quando seu corpo é envolto por braços queridos (ou não), o coração vai estar sempre no meio do abraço. E eu até tentei, mas acabei percebendo que é impossível não por sentimentos nas coisas.

Aquele muro que demorei anos construíndo finalmente ruíu por completo. E aqui estou eu, plena de que não sei quem sou, mas gostando de precisar descobrir. Voltando a gostar de mim. E ontem dormir abraçando minha cintura e sorrindo: eu não poderia estar em melhor companhia.

Porque quando eu estou de bem comigo, as coisas automaticamente tomam seu lugar. Parece que as águas do meu rio cristalino finalmente se acalmaram e voltaram à quietude. Adeus crise existencial, eu voltei a me amar e o mundo também, afinal, meu mundo sou eu.

Eu senti minha falta.
É bom estar de volta.

Desculpa se mais uma vez não fiz muito sentido,
é que eu descobri que eu não faço mesmo sentido algum.

Inspiração pra essas palavras: aqui

domingo, 12 de junho de 2011

Feliz dia dos namorados pra quem?

E você tenta se convencer que é só mais um data boba e comercial. Se enche daqueles chichês de sou-bem-resolvida-não-preciso-disso ou fico-melhor-sozinha. Tenta negar. Tentar não pensar nisso. Tenta se destrair com qualquer coisa interessante. Xinga, come, escuta músicas depressivas, pensar em todos os exs e (porque não?) chora.

Porque, lá no fundo você sente falta de ter um amor. Não necessariamente um passado, mas um que dê certo. Porque em dias como esse, a vontade cresce mais do que o controlável. Parece que esse clima cor-de-rosa no ar é quase veneno inalável.

Você só esquece de lembrar que, assim como fantasiam essa data, quando você acordar, não vai haver café da manhã na cama, nem presentes enormes, nem muito amor de braços abertos esperando por você. Isso é coisa de filme. E do que adianta ter um dia regado disso, se em quase todos os outros vão haver discussões, brigas, desentendimentos. Tudo isso soa falso demais pra mim. O amor tem que ser celebrado todos os dias, não só numa data marcada. Ou é assim, ou é simplesmente falsidade.

Quem você conhece que tem um namoro de comédia romântica?
Quem será feliz pra sempre?
Quem tem tudo aquilo que nós queremos no dia de hoje?
Feliz dias dos namorados pra QUEM?

Feliz daquele que não depende de ninguém pra sorrir.
Esse sim tem o dia dos namorados todos os dias.

Um pouco mais de amor próprio, por favor.
Parem de sofrer pelo que não existe.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lira da manhã nublada

É dessas epifanias que sobrevive minha literatura. Desse medo de perder; Dessa vontade de mudar o mundo; Dessa mania de tomar café ao meio dia. Das pequenas coisas que não tem o menor valor pra todo mundo, mas que mudam o meu mundo.

Desse meu eu estranho. Sarcástica, chata, multipolar e uma péssima piadista. Sensível demais pra coisas que importam, meio travada nisso de declarações de amor. Mas, afinal, o que vocês esperavam de mim? Fui criada pelo sobreviventes da ditadura e da II guerra mundial, eu não podia ser boa, mas isso nunca me impediu de tentar.

Nem sei, não sou muito fã de escrever sobre amores que dão certo. A maioria deles não dá. Me sinto quase iludindo meu leitor... Gosto de escrever sobre aquilo que não dá certo, mas que dá aquelas lembranças boas pra guardar pra sempre.

É triste dizer, mas se você não entender que o amor não é pra ser entendido, então nenhum dos seus relacionamentos dará certo. Assim como todas as coisas na vida, pra amar também é preciso talento. As vezes, chego a pensar que não se pode ensinar alguém a amar do jeito certo, é uma coisa que nasce com a gente.

Ou você sabe amar, ou você não será amado como quer.
Mas, isso não te impede de tentar.

Não é o mundo que precisa mudar, é o pensamento medíocre dessa sociedade. Ela precisa de uma injeção de amor direto na jugular. Mas, não desse amor-devastação, desse amor-ciúmes-possessivo, disso que vocês chamam de amor e eu chamo de doença, de nojo, de descarte.

Sabe aquela sensação de abraço apertado? Sabe aquele aconchego e aquele calor? Isso é amor. Sabe aquela risada incontrolável de uma besteira? Sabe quando você vê alguém sorri e sente vontade de sorrir também? Isso é amor.

O Amor está por toda parte e ele é bem simples, na verdade.
O ser humano é que complica, é que nomeia de amor aquilo que é lixo.

Mas, esse são só alguns parágrafos que vem quando o dia amanhece nublado e eu escuto algo melancólico. Só coisas que ninguém está afim de ler agora, porque está ocupado demais em procurar o amor no lugar errado.






"Que fique muito mal explicado. 
Não faço força para ser entendido.
Quem faz sentido é soldado."
- Mario Quintana

terça-feira, 7 de junho de 2011

Enfim, 18. Que seja doce.

Suspeito que seja eu. É, eu e todos esse esteriótipos de preferências que criei como forma de me defender de tudo aquilo que não é conveniente, que não agrada, que não me deixa no nível ou por cima daquilo que gosto ser. Porque, veja bem, eu já encontrei um montão de pessoas incríveis e mesmo assim continuo só.

Nem sei, as vezes tenho a impressão que todo mundo sofre das mesmas coisas, alguns calados, outros gritando e tomando porres e outros, como eu, escrevem. Sempre achei o escrever a forma mais bonita de se superar uma dor. Mas, de fato, tudo mundo reclama das mesmas coisas e nunca faz nada a respeito.

Isso sinceramente me irrita muito.

A verdade é que fazer dezoito anos está mexendo comigo. Estou escrevendo coisas desconexas, incoerentes e sem contexto, só porque escrever é o único modo em que eu consigo organizar alguns pensamentos - ou seriam tempestades?

E por mais que eu tente enganar o mundo, dentro de mim uma voz grita a verdade.
E dessa voz eu sinceramente não posso fujir.
Eu não estou preparada pra crescer.
Eu não QUERO crescer.

Porque, pelo que eu tenho visto, lido e sentido, crescer significa perder.  Perder a inocência, a ignorancia, as crenças, as esperanças. Significa que o mundo agora espera que você se adeque a ele. E eu sinceramente não quero me adequar nesse mundo de pessoas grandes, futeis, mesquinhas e suas infinitas coisas-importantes-que-na-verdade-só-importam-ao-egoismo-humano.

E eu gosto de desenhos, de comer doces até doer a barriga e de rir alto de uma bobagem. De olhar as nuvens, de abraços bem apertados e de me sentir protegida - de proteger quem eu amo também. Eu danço com os meus cachorros quando ninguém esta vendo, faço amizades com crianças na velocidade dos ventos de um tornado, choro quando vejos catastrofes. E eu sinceramente não quero perder nada disso só porque esperam que eu cresça.

Desculpa força que conspira o universo, mas
Enquanto eu puder, me recuso a deixar de ser criança.

Tudo que eu quero agora é que esses próximos dias sejam doces.
Que os 18 tenha cara de 5, não de 40.