Seguia perdido dentro de ti enquanto me perdia em mim, assim vivendo cada um ao seu modo solitário-dentro-de-si. Mas, como sabemos, te encontrei. Tu diz que por destino, eu acho que é algo maior. Sorrateiro e ágil, me arrastanto pra ti cada vez mais: uma reunião peculiar de tudo que eu amo - até teu nome, anjo, é o meu nome preferido.
Moldados na mesma forma de gostos, de manias, de preferencias e de defeitos. Instantâneo esse nós - porque os melhores amores são assim.
E eu sigo destruindo meu esmalte recém pintado que é pra não provar mais uma vez da avelã dos teus olhos, que é pra não precisar encarar que gosto de ti - e como gosto, que é pra não precisar pensar que posso te perder.
Então deixa teus ombros caírem assim indefesos e ri como se tudo fosse ficar bem, amor. Diz pra minha insegurança adquirida nesse domingo preguiçoso (desses que te peço vir aqui pra fingir ser só meu), diz que isso tudo aqui não é só fingimento. Deixa eu te fazer se perder entre os meus dedos, enquanto teu coração se torna o meu.
Pra então te prender entre meus joelhos e fazer esse drama cruel que te fazer ir com o coração pesado e forçar a voltar pra buscar o alívio que fica sempre em alguma parte dos nossos lábios sedentos de mais-do-outro.
Sem rótulos, sem pressão, sem nada.
Só nós fingindo que não há mais nada além de nós.
Vem com teu abraço que do resto o acaso cuida. Só faz isso rápido que minha cama cheira ao teu corpo no meu, cheira a tua ausência e sinto afogar nos lençóis quando penso que o horizonte pode não ser nós.
Mil e uma teorias loucas discutidas à rigor pra ganhar tempo de pensar em modos de ti fazer só meu e ser então plenamente tua.