Difícil não é ter ver partir, mas mergulhar no mar de lençóis sem achar teus dedos, teus braços e teu sorriso sarcástico de quem não dá o braço a torcer. Difícil é não ter tua respiração na minha nuca e não desejar um beijo teu.
E eu finjo que não ligo enquanto você finge não se importar. E faço piadas sobre aquilo que eu sequer acho de ti só pra ver teus olhos gritando que sabem que não penso exatamente assim. Te provocar é meu hobby preferido. Atiçam minhas vontades, meus desejos de você.
Te vejo invadir minhas lembranças, vontades, desejos, casa, cama; mas não sei se quero te deixar encontrar meu coração. Ele anda tão confuso, triste e desesperado que outra ferida parece ser o ultimato. Eu não vou te deixar me magoar, apesar de também não esperar isso.
Eu te escrevi um texto e você sequer vai saber disso. Aliás, nem te deixei saber, mas eu escrevo sobre tudo aquilo que me toca, move, inspira. É melhor assim: deixar os sentimentos guardados enquanto nós nos divertimos com qualquer banalidade que não causa dor.
Até segunda ordem, prefiro fingir que não te quero aqui.
Proteger minha zona de conforto enquanto te deixo invadir meus sonhos.